Num cenário de recessão econômica, o Brasil fechou 1.542.371 postos de trabalho com carteira assinada no ano passado, o pior resultado desde 1992, quando foi iniciada a série do Caged. O saldo decorreu de 17,707 milhões de admissões e 19,249 milhões de desligamentos.
Somente no mês de dezembro, o país perdeu 596.208 empregos formais no país, também o pior desempenho para o mês da série histórica, sem ajuste, desde 2008. Neste caso, o levantamento teve inicio em 1999.
Segundo o ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto, o resultado negativo “reflete uma mudança na dinâmica do mercado de trabalho”. Ele ressaltou ainda, que no período, houve uma diminuição das demissões, o que significa uma volatilidade menor.
“O ano 2015 foi difícil e os números não foram bons para o emprego”, disse o ministro, que destacou que o resultado “não destrói” o volume de postos de trabalho construídos ao longo dos últimos anos.“Preservamos um volume alto do mercado de trabalho de 16,8 milhões de postos de trabalho [criados entre 2003 a 2015]”, afirmou. “Houve redução [do emprego] importante em 2015, mas não destruiu as conquistas do mercado de trabalho do Brasil nos últimos anos”, completou.
Na avaliação do ministro, é importante avaliar a redução dos postos de trabalho diante do estoque e não como um número absoluto. Rossetto observou que os setores da indústria da transformação e construção civil foram os que mais perderam vagas. A indústria da transformação perdeu 608.878 empregos formais em 2015 e a construção civil fechou 416.969 vagas. No caso do comércio, foram fechadas 218.650 vagas, e serviços, outras 276.054. Apenas a agropecuária apresentou um número positivo, com a criação de 9.821 postos de trabalho. Rossetto explicou que a “taxa de câmbio sustentou rentabilidade e renda para o setor agrícola”, minimizando cortes de empregos.
Somente de dezembro, o país perdeu 596.208 empregos. O mês de dezembro tradicionalmente registra redução no nível de emprego formal, devido, em grande parte, à influência de fatores sazonais.
perda gradual e constante do emprego nos setores da indústria e construção civil afetou diretamente os Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, que foram os que mais fecharam vagas no ano passado. “São Estados que concentram a atividade industrial do Brasil. Exatamente nestes Estados e setores há de se concentrar as políticas públicas”, afirmou o ministro do Trabalho e Emprego, Miguel Rossetto.
São Paulo liderou o fechamento de vagas em 2015, com 466.686 empregos formais eliminados, seguido por Minas Gerais (196.086), Rio de Janeiro (183.686) e o Rio Grande do Sul (95.173).
Nenhum Estado brasileiro fechou 2015 com criação de postos de trabalho com carteira assinada. Mas, segundo o ministro Rossetto, com a retomada da economia brasileira, deve haver uma mudança nesse cenário.
FONTE: VALOR ECONÔMICO